Um anúncio recente, assinado pela organização Catholics for Choice [Católicos Pelo Direito de Decidir] tem gerado confusão ao misturar verdades e polêmicas. No aniversário da encíclica Humanae vitae, a campana tenta redefinir o ensinamento da Igreja sobre os preservativos, e o que significa ser um “bom católico”.
Ela surgiu pela primeira vez na edição do Express (uma publicação do grupo Washington Post) em um anúncio de quatro páginas. A primeira página retrata um casal trocando carícias e levava o título, “A abstinência tem uma elevada taxa de insucesso”. Na página seguinte, podem ser vistos quatro casais, um deles homossexual, com as seguintes afirmações: “Acreditamos em Deus”,”Acreditamos que o sexo é sagrado”,”Acreditamos que deve-se cuidar um do outro” e “Acreditamos no uso de preservativo”.
As páginas internas anunciam: “os católicos apóiam o uso de preservativos para prevenir o vírus do HIV”, e para isso citam essa frase do livro “Luz do Mundo”, escrito pelo Papa Bento XVI.
O livro, de 2010, cujo título é “Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais do Tempo”, foi baseado em 20 horas de entrevistas ao jornalista alemão Peter Seewald. Mas a frase usada está fora de contexto. No livro, o papa Bento 16 afirmava que o uso de preservativos por prostitutas pode ser aceito para evitar a disseminação do vírus da Aids. Além disso, “em certos casos, quando a intenção é reduzir o risco de infecção, pode ser, no entanto, um primeiro passo para abrir o caminho a uma sexualidade mais humana”, completou o líder católico.
As críticas contra o material vieram de vários órgãos católicos, que dizem não reconhecer a tal organização que assina “Católicos Pelo Direito de Decidir”. Desde 1993 a Conferência Nacional dos Bispos Católicos dos Estados Unidos nega que essa é uma organização católica. Os bispos ressaltaram que eles se definem como “organização educacional nacional que apoia o direito legítimo à saúde reprodutiva, particularmente ao planejamento familiar [ou seja, contracepção e esterilização] e ao aborto” usa indevidamente o título de católico. Lembram ainda que seu primeiro presidente, que exerceu o cargo até 1979, foi Joseph O’Rourke, bispo que fora expulso dos Jesuítas em 1974.
A luta da Igreja Católica contra o uso de preservativos é antiga. Para o Vaticano, a camisinha, bem como qualquer outro método contraceptivo, não pode ser usada. Isso ficou definido pela Carta Encíclica Humanae Vitae, do papa Paulo VI, de 1968, classificando como “ilícito” qualquer ação durante o ato conjugal que torne impossível a procriação.
Por sua vez, Jon O’Brien, o atual presidente da Catholics for Choice, criticou as “organizações religiosas que estão arrecadando dinheiro para combater HIV/AIDS, mas não distribuem preservativos, alegando que isso promove a promiscuidade.” O site do grupo reproduz as falas de Aleksandar Sasha Bodiroza, assessor técnico para HIV/AIDS do Escritório dos Estados Árabes do Fundo para População, das Nações Unidas. Ele critica a decisão do Egito em acusar de imoralidade a distribuição de preservativos, enquanto uma equipe do Escritório foi presa no Sudão por causa disso. O governo da Somália, depois de pedir preservativos, acabou queimando-os em público a mando de autoridades religiosas.
Fonte: Gospel prime
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