Em seu blog o teólogo Ricardo Gondim escreveu ‘Perdi a fé’ confessando que enquanto um orador cativava mil pessoas com sua “oratória carismática” ele repetia para si mesmo “já não comungo com os mesmos pressupostos deste senhor.”
O presidente nacional da Assembléia de Deus Betesda, conhecido por ser autor premiado de vários livros e artigos polêmicos, afirmou que vive em “controvérsias, tanto pelo que escuta quanto pelo que fala.”
Recentemente, o teólogo causou polêmica ao questionar o controle de Deus sobre a tragédia do Japão, dizendo, “O deus que ‘administra’ os eventos, tem propósitos insondáveis e que, pra cumpri-los, deixa tragédias acontecerem, é um demônio.”
Aos que lhe perguntam sobre se ele provoca polêmica para “fazer tipo” ele disse que apenas reponde: “Estou mais certo dos caminhos que não quero trilhar.”
Gondim escreveu que ele se recusa a eliminar suas dúvidas com “cinismo” e por isso causa muitas controvérsias.
“Fujo de tornar-me inconsequente nas declarações que possa fazer a respeito de Deus e da fé.”
Segundo ele, algumas instituições sobre teologia ainda estão “verdes,” mas que ele não sabe se quer que elas “amadureçam.”
“O pouco de sentido que me fazem basta para que eu me ponha a garimpar a verdade. E isso é bom. Há um fluxo que me faz abandonar certas pedras onde outrora tomei pé. O que abandonei?”
Gondim confessou que não acredita em um “Deus inativo, que carece de preces ‘verdadeiras’ para mover-se.” “Uma frase que não faz nenhum sentido para mim? “Oração move o braço de Deus.”
Ele parece não concordar que Deus privilegia apenas alguns com seus milagres inquietando-se com que Deus seja “intervencionista de micro realidades, deixando exércitos de ditadores ‘correrem frouxos’” e que tenha uma “vontade ‘permissiva,’ para multinacionais lucrarem com remédios que poderiam salvar vidas.”
“Não consigo mais acreditar que Deus, mantendo o controle absoluto de tudo o que acontece no universo, tenha sujado as mãos com Aushwitz, Ruanda, Darfur, Iraque e outras hecatombes humanas.”
O polêmico pastor colocou “não consigo mais acreditar em determinismo, mesmo chamado por qualquer nome: fatalismo, carma, destino, oráculo.”
“Parei de acreditar que o cosmo funcione como um relógio de quartzo. Acredito que Deus criou o mundo com espaço para a contingência. Sem esse espaço não seria possível a liberdade humana.”
“Creio que no meio do caminho entre determinismo e absoluta casualidade resida o arbítrio humano. Entendo que liberdade é vocação: homens e mulheres acolhendo o intento do Criador para que a história e o porvir sejam construídos responsavelmente.”
Fonte: Gospel + / Christian Post
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