Durante seu depoimento para a Corregedoria do Estado, José Antonio Bruno, ex-bispo da Renascer nega a acusação de que ele estava vendendo emendas e lança suspeitas sobre um ex-assessor e diz que está sendo alvo de vinganças de pessoas ligadas à Igreja Renascer.
“Eu descobri que esse Cremonesi estava fazendo isso, vendendo emendas, descobri isso de uma maneira muito doida foi por isso que eu o exonerei”, disse Zé Bruno nesta segunda-feira, 3 de outubro. “Mas eu prefiro dizer que o exonerei pelo fato de ter desconfiança de que fazia e negociava emendas e isso ia acabar comigo. Na época ele brigou comigo.”
A demissão de Cremonesi do cargo de assessor parlamentar aconteceu porque o então deputado não queria se ver envolvido em denúncias. “Não queria saber de bagunça na minha vida, sou honesto.”
Zé Bruno também diz que pessoas ligadas a Renascer estão fazendo de tudo para denegrir o nome dele, já que ele se desligou da denominação em 2010 casando um grande racha na igreja fundada por Estevam Hernandes. “Eu conheço os meandros dos ratos com quem convivi. Essa história é muito maior do que você imagina. Tem alguém querendo denegrir meu nome.”
Sobre as denuncias de que ele recebeu maços de R$100 das mãos de Fabrício o ex-deputado diz que jamais faria tal coisa. “Brincadeira! Isso não aconteceu. Não faço isso. Agora eu pergunto: se alguém recebe propina vai deixar testemunha?, a porta entreaberta? Não sou bandido. Se fosse eu não seria burro.”
Essa cena, de acordo com a testemunha C.A.A.V., que se identifica como “pastor evangélico autônomo”, aconteceu em agosto de 2009 e esse dinheiro era do esquema de venda de emendas parlamentares na Assembleia Legislativa de São Paulo.
“Um dia me alertaram que esse Fabrício não era um cara boa gente. Mandaram eu tomar cuidado. O Fabrício trouxe no gabinete uma relação de emendas. Ele disse: ‘olha, tal cidade tem que reformar a Santa Casa, tal cidade quer construir isso, veja no que pode ajudar.’ Ele dizia que era amigo de outros deputados.” Contou o ex-deputado que não mantém mais contato com Fabrício.
“O Fabrício foi várias vezes no meu gabinete, sempre com os prefeitos. O meu gabinete era muito povoado, tinha até escala para o pessoal. Você sabe, no gabinete não cabe todo mundo, por isso dividia em turnos. Eu queria gente trabalhando.”
Para o vocalista da banda Resgate, Fabrício e Cremonesi estariam juntos fazendo esse esquema de lobby e se aproveitando da pouca experiência que o ex-bispo da Renascer tinha com política. “De repente os dois tinham algum esquema. Eu era o cara perfeito para fazer isso porque eu era chucro, não sabia de nada de política, sem nenhuma experiência em fazer emenda.”
Fonte: Gospel Prime / Estadão
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