Batendo o pé – O Congresso Nacional é um clube privado de negócios onde o escambo milionário acontece à luz do dia, sem que seus operadores sejam incomodados. Imaginar que os congressistas representam a sociedade é mero devaneio. A prova maior de que os políticos são narcisistas confessos e olham apenas para si ficou claro com a eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara. Isso só aconteceu porque os deputados estavam interessados nas comissões que tratam de assuntos que dão maior visibilidade e permitem negócios subterrâneos.
Com a lambança feita, as tais “minorias” decidiram protestar contra a presença de Feliciano no comando da CDHM, mas ao que parece o impasse deve continuar, pois o parlamentar foi eleito democraticamente e chegou à presidência da Comissão com os votos dos integrantes do próprio colegiado.
Com um currículo pontuado por denúncias e sem cabedal para estar na presidência da Câmara dos Deputados, o potiguar Henrique Eduardo Alves (PMDB) anunciou com estardalhaço que a polêmica envolvendo Marco Feliciano seria resolvida até terça-feira (26), o que não aconteceu. O PSC manteve o parlamentar no cargo e Alves decidiu convocar uma nova reunião de líderes para decidir o que fazer.
A ideia inicial era convencer o deputado-pastor a renunciar à presidência da CDHM, mas Marco Feliciano disse nesta quarta-feira (27) que continuará no cargo. “Não renuncio de jeito nenhum. O que os líderes podem fazer com a minha vida? Eu fui eleito pelo voto popular e pelo voto do colegiado”, disse o parlamentar.
Antes de querer apelar Feliciano do cargo, o presidente da Câmara deveria se preocupar com casos mais escandalosos, como os de João Paulo Cunha e José Genoino, mensaleiros petistas condenados à prisão pelo Supremo Tribunal Federal e que integram a Comissão de Constituição e Justiça, e o de João Magalhães, peemedebista mineiro acusado de venda de emendas parlamentares e que com a ajuda de Henrique Alves chegou à presidência da Comissão de Finanças e Tributação.
A decisão de Marco Feliciano de renunciar à presidência da Comissão pode parecer um ato de intransigência, mas não se pode ignorar que seu posicionamento mostrará ao brasileiro que a Constituição Federal não pode ser ultrajada e que o ordenamento jurídico do País merece respeito.
Fonte: Ucho.info
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