
A história começou há sete anos, quando o religioso teve a ideia de montar um local de estudo de música para instrumentistas evangélicos. “Muitas vezes a Igreja considera errado e ruim a pessoa se profissionalizar na música. Não acredito nisso”, falou. Assim, Ferreira locou uma pequena sala na Avenida Barão de Mauá onde os aspirantes a virtuoses musicais poderiam exercitar as técnicas. “Mas a mentalidade mudou e atualmente o mundo gospel conta com nomes importantes na música”, acrescentou o pastor.
A pequena escola acompanhou a mudança no pensamento religioso. Da sala comercial, a iniciativa passou para prédio com 12 espaços de ensino, um estúdio para ensaios, curso de informática e futuramente aulas de balé clássico e 16 professores. Ao todo, o Instituto Hebert de Souza atende 100 alunos. “Metade faz aulas de graça. Uso a taxa de quem pode pagar para oferecer oportunidade para crianças e adolescentes que não têm condições”, ressaltou Ferreira.
A entidade almeja conseguir parceria com a iniciativa privada para ajudar mais pessoas. O pastor, além de músico, também escreve livros com temáticas evangélicas. O dinheiro da venda dos volumes é investido no instituto. “Usamos também donativos dos fieis, que nos ajudam muito com trabalhos voluntários”, esclarece o líder religioso. “Um jovem não precisa ficar ocioso nas ruas exposto a coisas ruins, ele pode chamar os amigos e ensaiar em casa. Por isso gosto de lecionar música”, resumiu a própria paixão.
Empresários e sociedade podem contribuir com a entidade mantendo alunos. “Quem desejar pode adotar uma criança para o instituto e contribuir mensalmente. Nós vamos mandar relatórios sobre a evolução musical do jovem e, no fim do curso, fazemos apresentações em um sarau”, explicou o pastor. A ideia é nova e até o momento Ferreira espera por simpatizantes.
João Victor Malaquias de Oliveira é um dos alunos do Instituto Hebert de Souza. O garoto tem apenas 6 anos e com muita confiança responde porque gosta de música. “Pode me dar qualquer instrumento, eu toco. Gosto mais de bateria”, conta João, segurando um par de baquetas e com olhos vidrados no violão que repousa em um canto da sala.
O pequeno tem cara de travesso. “Em casa ele sai batucando em todos os móveis e panelas”, diz a mãe, Márcia Regina Malaquias.
Enquanto vê a mãe sendo entrevistada, João dedilha algumas notas desconexas no violão. Tenta pegar uma guitarra, porém não suporta o peso. Então volta para as baquetas que são violentamente chacoalhadas no ar. “Ele foi influenciado pelo irmão, que aprendeu música aqui”, diz Regina.
Pastor Reginaldo Ferreira busca contatos com empresas e até alguns políticos para conseguir atender mais alunos. “Tudo o que faço é para o instituto. Acredito que o verdadeiro trabalho social é isso, se dedicar ao máximo para expandir iniciativas assim”, falou. A instituição atende pessoas independentemente de credo e preferência musical. “Não temos preconceito com nada e também não é exigência que a pessoa siga nossa religião.”
Hebert de Souza foi um sociólogo brasileiro e ativista humanitário que morreu em 1997. De acordo com o pastor, a família de Betinho, como era conhecido, permitiu a utilização de seu nome pelo instituto.
Fonte: Jornal do ABC / G+
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