para o Jornal do Comércio
A história humana nos apresenta muitas tentativas de simbolizar a divindade: umas fabricadas por mãos humanas,como os ídolos; outras tiradas da natureza, como as montanhas sagradas, os animais sagrados; e outras, por fim, assumidas do poder reinante, como os imperadores.
Somente após o século das luzes se tentou não mais significar, mas substituir a divindade. Chegamos à época do ateísmo. Diz-se abertamente que Deus não existe. Mas como ao ser humano é impossível viver sem horizonte, e como a caminhada fica emperrada se não tiver meta, criaram-se sucedâneos para Deus.
A primeira tentativa de afastar Deus do coração humano foi a ideologia totalitária. Proibia-se crer em Deus porque, na verdade, o consideravam concorrente. Só se poderia crer na ideologia, que, em muitos casos, se constituiu num partido. Só ela salvaria. Só ela seria absoluta e indiscutível. Por ela não só se explica tudo, como também se orienta tudo: pensamentos, palavras e ações. Encontra-se na origem e no destino da vida pessoal e social. Nada se poderá pensar e fazer fora ou sem ela. Em suma, ela está em tudo e é tudo.
Dito assim, fora do contexto, parece totalmente inverossímil. É obviamente impossível existir tal realidade. Mas, infelizmente, ela foi apregoada e tornou-se paradigma para muita gente. Era norma de vida. Nem foi uma só ideologia a querer absorver a atenção humana. Surgiram muitas a disputar, entre si, a primazia, e a massacrar os “dissidentes”.
As ideologias tiveram seu berço no século XIX, nos filósofos idealistas. Reduziram a realidade às ideias. Arquitetaram fabulosos mundos ideais para substituir o realismo das filosofias precedentes. Do mundo das ideias desceram ao mundo da política. Estruturaram a sociedade a partir de seus princípios. Como consequência surgiram Estados monstros. São obras humanas, mas pensadas como absolutos indiscutíveis. Quais Deus Moloc, devoraram os homens, principalmente aqueles que lhes opuseram resistência. Promoveram holocaustos, como que a saciar a sede e a fome destes monstros, tornados divinos, ou talvez mais apropriadamente, feitos diabólicos.
Mas de quem estamos falando? Lembremos, apenas a título de exemplo, dois destes sistemas totalitários: o nazismo e o marxismo. O primeiro, cujo nome oficial é “nacional socialismo”, provocou, nos 33 anos de sua existência oficial, nada menos de 26 milhões de vítimas humanas. O marxismo, que pintou metade do mapa-múndi de vermelho, conforme seus próprios responsáveis, no final de seus 70 anos de domínio e de terror, matou nada menos de 110 milhões de pessoas.
Por que estes regimes tão desumanos e violentos eliminaram tanta gente? Por que proibiram a atuação da religião em seus domínios? Ou seja, por que as pessoas não podiam, sob pena de morte, crer em Deus e praticar sua religião?
A resposta veio dos estudiosos destes regimes: porque eles se tornaram religião. Substituíram Deus. Não permitiam crer a não ser neles. Quem discordasse seria infiel à sua fé. Mao Tse Tung, ao assumir o poder na China, eliminou todas as divindades. Mas logo impôs a si mesmo como uma nova e definitiva divindade. Lá era pessoal. No nazismo e no marxismo o próprio regime se divinizara. Por isso negar Deus era apenas fachada. Na verdade, tentaram substituí-lo.
A Segunda Guerra Mundial, em 1945, acabou com o nazismo. Hoje, pela propaganda dos vencedores, ele é universalmente execrado. Apontam-se, por toda parte, suas barbaridades. Dificilmente alguém ainda consegue crer nele.
Fonte: Paulopes
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