Publicação na Science vai mudar mapa da ocupação do planeta pela espécie humana
Uma equipe de cientistas da Universidade de Telaviv descobriu numa gruta em Israel fósseis que parecem ser do homem moderno, mas que estão em camadas de terra com idade entre os 400 e 200 mil anos – mais antigas do que o nascimento dos antepassados diretos do Homem. A descoberta deixou a comunidade científica em alvoroço.
O que é que esta gente estava fazendo lá? Essa é a pergunta que arqueólogos pelo mundo inteiro estão fazendo agora, pois o assunto foi parar na na revista Science e a descoberta vai mudar o mapa da ocupação do planeta pela espécie humana. O que aconteceu - arqueólogos encontrar artefatos humanos fora da África muito antes de os humanos terem saído da África - muda muita coisa na ciência. Eles não precisaram se esforçar muito para perceber que isso não fazia muito sentido. A descoberta muda todo o quadro do processo evolutivo aceito até hoje pela comunidade científica.
É consenso há décadas que o homo sapiens (classificação do homem segundo a teoria evolucionista) surgiu na África há 200 mil anos e saiu do continente para ocupar todos os cantos do mundo há 60 mil. Mas as ferramentas humanas de cortar, furar e raspar (especialmente coisas parecidas com machados) encontradas nos Emirados Árabes têm 125 mil anos. Os donos dos machados poderiam, de fato, ter atravessado o Mar Vermelho com certa facilidade, molhando apenas as canelas. O mar estava, dizem os climatologistas, bem mais seco na época, tendo várias regiões rasas.
Os livros didáticos, então, terão de alterar seus números nas próximas edições. "O estudo levanta muito mais perguntas que respostas", diz Jeffrey Rose, arqueólogo da Universidade de Birmingham (Reino Unido). Ele fala isso porque ninguém sabe se essa expedição humana pioneira teve sucesso (e então seria razoável imaginar que eles acabaram chegando em regiões como a Índia e até a Austrália) ou se estamos falando apenas de uma meia dúzia de perdidos que se afastaram da África e acabaram morrendo, sem deixar descendentes.
Se a última hipótese for a verdadeira, a resposta para a pergunta que inicia este texto é simples: estavam, sim, desbravando a região, mas acabaram fracassando e não são nossos ancestrais, honra que fica reservada mesmo para grupos que saíram da África milhares de anos depois, como já se imaginava.
Mas é difícil cravar essa conclusão. Primeiro porque o clima da península Arábica, na época, não era desértico: esses pioneiros devem ter encontrado grandes savanas, repletas de grandes animais como gazelas, para a alegria dos bons caçadores. Se a comida era farta, por que eles teriam morrido fácil? A hipótese de guerra também não convence muito: não existem evidências de que outras espécies de hominídeos pudessem oferecer risco.
Os neandertais, por exemplo, viviam bem longe, perto da Europa. Justamente por ser uma região então mais úmida, é difícil acreditar que fósseis humanos de então possam ser encontrados hoje na região, trazendo mais informações sobre o que aconteceu com esse grupo. A umidade do solo não favorece a conservação dos ossos - por isso é difícil encontrar fósseis na Amazônia, por exemplo. Existe uma chance, então, de simplesmente não ser possível saber qual foi o destino daquelas pessoas.
O que é que esta gente estava fazendo lá? Essa é a pergunta que arqueólogos pelo mundo inteiro estão fazendo agora, pois o assunto foi parar na na revista Science e a descoberta vai mudar o mapa da ocupação do planeta pela espécie humana. O que aconteceu - arqueólogos encontrar artefatos humanos fora da África muito antes de os humanos terem saído da África - muda muita coisa na ciência. Eles não precisaram se esforçar muito para perceber que isso não fazia muito sentido. A descoberta muda todo o quadro do processo evolutivo aceito até hoje pela comunidade científica.
É consenso há décadas que o homo sapiens (classificação do homem segundo a teoria evolucionista) surgiu na África há 200 mil anos e saiu do continente para ocupar todos os cantos do mundo há 60 mil. Mas as ferramentas humanas de cortar, furar e raspar (especialmente coisas parecidas com machados) encontradas nos Emirados Árabes têm 125 mil anos. Os donos dos machados poderiam, de fato, ter atravessado o Mar Vermelho com certa facilidade, molhando apenas as canelas. O mar estava, dizem os climatologistas, bem mais seco na época, tendo várias regiões rasas.
Os livros didáticos, então, terão de alterar seus números nas próximas edições. "O estudo levanta muito mais perguntas que respostas", diz Jeffrey Rose, arqueólogo da Universidade de Birmingham (Reino Unido). Ele fala isso porque ninguém sabe se essa expedição humana pioneira teve sucesso (e então seria razoável imaginar que eles acabaram chegando em regiões como a Índia e até a Austrália) ou se estamos falando apenas de uma meia dúzia de perdidos que se afastaram da África e acabaram morrendo, sem deixar descendentes.
Se a última hipótese for a verdadeira, a resposta para a pergunta que inicia este texto é simples: estavam, sim, desbravando a região, mas acabaram fracassando e não são nossos ancestrais, honra que fica reservada mesmo para grupos que saíram da África milhares de anos depois, como já se imaginava.
Mas é difícil cravar essa conclusão. Primeiro porque o clima da península Arábica, na época, não era desértico: esses pioneiros devem ter encontrado grandes savanas, repletas de grandes animais como gazelas, para a alegria dos bons caçadores. Se a comida era farta, por que eles teriam morrido fácil? A hipótese de guerra também não convence muito: não existem evidências de que outras espécies de hominídeos pudessem oferecer risco.
Os neandertais, por exemplo, viviam bem longe, perto da Europa. Justamente por ser uma região então mais úmida, é difícil acreditar que fósseis humanos de então possam ser encontrados hoje na região, trazendo mais informações sobre o que aconteceu com esse grupo. A umidade do solo não favorece a conservação dos ossos - por isso é difícil encontrar fósseis na Amazônia, por exemplo. Existe uma chance, então, de simplesmente não ser possível saber qual foi o destino daquelas pessoas.
Fonte: CPADNews com informações de AD de Alagoas
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