Quem tem passado os olhos sobre os jornais e revistas dos últimos meses não terá muitas dúvidas em afirmar: não há lugar para o cristianismo no chamado espaço público do Ocidente neste século 21. Esse espaço pertence a agnósticos, a ateus ou aos genericamente chamados de “sem religião” – gente que não se sente identificada por nenhum sistema de fé ou instituição religiosa e que, por isso, estaria mais apta a lidar adequadamente com o pluralismo da sociedade pós-moderna. Esse é o tom do mundo político, do meio acadêmico e da grande imprensa ocidentais. Num contexto como este, aumenta a preocupação com números. E pesquisas relacionadas à confissão religiosa são acompanhadas com interesse em todo planeta.
Em abril deste ano, a revista Newsweek, nos Estados Unidos, colocou na capa matéria com o título “O declínio e a queda da América cristã”, que aposta no fim da hegemonia do cristianismo na cultura norte-americana, apressando esse diagnóstico por conta da retração, ao longo das últimas duas décadas, de 10% no número de pessoas que se auto-identificam como cristãs. Isso, a despeito de a religião agora vista pela publicação como decadente ainda contar com nada menos do que a adesão de 76% da população do país, de acordo com os dados divulgados pela pesquisa American Religious Identification Survey.
Por aqui, em uma série de artigos publicados recentemente pela revista Ultimato, Paul Freston, doutor em sociologia pela Universidade de Campinas (Unicamp), debate o futuro da Igreja Evangélica no Brasil em termos de força numérica e também cultural. Ele lembra que o país atualmente pode ser considerado a “capital mundial do pentecostalismo”, mas que isso não garante que a voz dos evangélicos será a hegemônica. Freston afirma, em seus artigos, que para alguns estudiosos o crescimento pentecostal no Brasil vai dar lugar à secularização: a trajetória das pessoas iria então do catolicismo para o pentecostalismo e depois para o grupo dos “sem religião”. Ele vê um crescimento dos “sem religião” – designação que agrega agnósticos, ateus e místicos sem uma filiação religiosa definida – no mesmo ritmo dos pentecostais e justamente nas “mesmas periferias e fronteiras” das grandes cidades, entre jovens e não-brancos.
Se as tendências atuais persistirem, continua Freston em sua série de três artigos, nunca haverá maioria evangélica no Brasil. Ele aposta, assim, que a decadência católica se estabilizaria, parando no patamar em torno de 40% da população. Os evangélicos chegariam a 35% e os “sem religião” formariam um terceiro grande grupo, com cerca de vinte e cinco por cento dos brasileiros. O sociólogo sublinha, no entanto, que há uma diferença importante entre os pentecostais e os chamados sem religião – estes são, sobretudo, homens, e os pentecostais, majoritariamente, do gênero feminino. “Talvez, então, ‘sem religião’ seja o substituto do pentecostalismo para rapazes subempregados e ainda sem responsabilidades familiares”, pondera o especialista. Algo temporário, portanto.
À revista CRISTIANISMO HOJE, Freston afirmou ter baseado seu cálculo em relação ao futuro da religião no país, a partir do destino que tem sido traçado pelos brasileiros que abandonam o catolicismo: “Apenas um em cada dois ex-católicos vira evangélico”, declara. Para ele, não adianta tentar definir quem seriam os “sem religião”, e sim, entender a variedade que acaba caindo nessa categoria censitária. “Uns poucos cristãos, por alguma razão, talvez aceitem ser contados nesse grupo”, admite.
“Componente místico”
Já Agnaldo Cuoco Portugal, doutor em filosofia da religião e professor da Universidade de Brasília (UnB), lembra que os números dos últimos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para uma situação totalmente oposta. “Os últimos dados, de 2005, comparados com os de 2000, mostram na verdade uma diminuição do número das pessoas que se declaram sem religião, ainda que dentro da margem de erro”, aponta. Portugal ressalta que os acadêmicos têm dificuldade de explicar o grande crescimento da religião ao redor do mundo, em que pesem todas as previsões contrárias. E o cristianismo está nessa equação.
De fato, o estudo Economia das Religiões, divulgado no ano passado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em dados do IBGE entre 2000 e 2003, mostra o crescimentos dos evangélicos, tanto tradicionais quanto pentecostais. E aponta a queda – não vertiginosa como acontecia nos anos 90, é verdade – do número de católicos e também dos “sem religião”. Em 2000, o percentual de brasileiros que declaravam não professar qualquer crença era de 9,02%. Três anos depois, esse número caiu para pouco mais de cinco por cento. O professor observa que, entre os que dizem não pertencer a uma religião, há os ateus modernos, que militam contra a fé, e os agnósticos, que simplesmente não encontraram resposta na religião. E há também aqueles que têm algum tipo de religiosidade ou de espiritualidade, mas não se identificam com nenhuma das religiões institucionalizadas. “O que é muito curioso”, avalia o professor. “São ‘sem religião’, mas no sentido institucional da palavra. Eles não são mediados por nenhuma instituição ou participam de grupos muito pouco institucionalizados. O que é uma tendência, até”, diz Portugal.
“As ciências sociais têm explicações e discussões muito antigas, datando do século 18, que vaticinaram o fim da religião como elemento constitutivo da sociedade”, diz, por sua vez, Alexandre Brasil Fonseca, doutor em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele lembra que esse entendimento veio relacionado ao estabelecimento dos regimes republicanos no Ocidente e aos processos de secularização e advento do Estado laico. Fonseca sublinha, porém, que hoje os teóricos encontram um quadro diferente: a religião ganha força em todo o mundo. “O ponto em que há mais problemas na teoria sociológica contemporânea é entender o inverso”, sustenta. “Compreender processos como a forte presença do pentecostalismo na América Latina, a ampliação do islamismo na Europa, a forte presença de evangélicos conservadores – tanto nas classes baixas quanto altas nos Estados Unidos –, o crescimento das religiões de matriz africana na Argentina e no Uruguai ou o aumento de jovens que optam por ser padres na esteira da renovação carismática católica”, enumera.
O sociólogo ressalta que a sociedade brasileira é “eivada de um forte apelo religioso”, o que até dificulta a definição do que configuraria o grupo dos que declaram não pertencer a religião alguma. “Parece impensável, para o brasileiro, levar uma vida que não tenha um componente místico ou transcendental em seu cotidiano”, diz ele. “Definir-se como ‘sem religião’ é dizer que não se segue uma ‘religião-de-igreja’, nos termos de [Peter Ludwig] Berger”, explica Fonseca, referindo-se ao sociólogo e teólogo austríaco que analisou os fenômenos da secularização e da dessecularização, assim como o da individualização da experiência religiosa. “No caso brasileiro, pelo número baixo de ateus e pela pouca expressão de grupos militantes e organizados neste campo, parece que temos aí uma massa de pessoas que optou por moldar uma religiosidade particular”, explica. Essa postura seria, continua o pesquisador, fruto da reunião de diferentes credos e experiências. “Por outro lado, reforça a idéia de que os ‘sem religião’ se cansaram da religiosidade tradicional e buscam respostas não coletivas, mas individuais”, ressalva.
Deus impessoal
Para ele, ainda há muito o que estudar quando se fala desse grupo de pessoas. O estudo Economia das Religiões, da FGV, mostrou que a faixa da população brasileira mais avessa à religião é justamente a mais pobre, da classe E, que ganha até dois salários mínimos. “Entender porque pessoas com nível superior, com alto ingresso de recursos, do sexo masculino e brancas não possuem uma religião é algo de explicação praticamente automática”, diz. “O interesse sociológico reside no outro extremo, o de, por exemplo, mulheres negras que residem em favelas, vivem com salário mínimo ou menos do que isso e provavelmente dependem de programas sociais para complementar sua renda. Por que neste grupo existe um percentual tão alto de pessoas que afirmam não ter religião?”, indaga Fonseca, sublinhando que a sociologia brasileira tem começado a se debruçar sobre o tema, analisando os dados nos últimos cinco anos.
O fato é que, enquanto atrai uns, a religião pode provocar calafrios em outros. O advogado baiano Felipe Lordelo, de 24 anos, é tão incomodado com o tema que no ano passado criou um site, o www.semreligiao.com.br. Segundo ele, tudo começou por causa de uma ex-namorada evangélica. “Ela vivia um certo radicalismo que começou a provocar em mim questionamentos a respeito da interferência religiosa na vida das pessoas”, conta ele, que chegou a debater o assunto em um programa de TV, acompanhado do roqueiro Lobão. Lordelo afirma ter a colaboração, no site, de ateus, agnósticos, deístas e até católicos. “Nosso grupo tem uma vertente deísta, ou seja, aqueles que acreditam em Deus, mas entendem ser desnecessária a intermediação da religião para compreendermos a vontade dele”, aponta. “Poderíamos assim definir ‘sem religião’ como um gênero e suas espécies como variações relacionadas às crenças”, explica.
O próprio Lordelo se declara um deísta, e à sua maneira define Deus como sendo o próprio Design Inteligente, sem poder de influenciar ou decidir o destino dos homens. Lordelo acredita que há um crescimento deste segmento entre os que saem das fileiras evangélicas. “O que acontece é que muitas pessoas dizem ser de uma religião por imposição social ou por terem sido apenas batizadas nela”, assegura, classificando as instituições religiosas como meros suportes psicológicos, prejudiciais até às famílias. Apreciador de debates, o jovem diz que muitos cristãos participam do site com argumentos e críticas. “Alguns, porém, são mais agressivos”, reclama. Perguntado se ele mesmo não estaria estabelecendo um sistema de crenças que poderia ser taxado por alguém como uma nova religião, Lordelo responde enfático. “Com certeza que não!”
“Encontrei novo sentido”
Pedro Ivo de Souza Batista, 47 anos, voltou a ter fé há pouco tempo. Foi uma longa trajetória, que envolveu também suas escolhas políticas e intelectuais. “Deus usou a ciência. Na brecha que a gente dá, ele vem”, conta. Cearense, criado no catolicismo, no início da década de 80, sob influência da teologia da libertação, ele participou de movimentos políticos de contestação. Aos poucos, foi se bandeando até tornar-se um ateu convicto, aos 22 anos. “Não tinha sentido imaginar que Deus existia e que Jesus era seu Filho”, confessa.
Com anos e anos de um ateísmo já arraigado, algo começou a deixar o militante de esquerda inquieto. Primeiramente atraído pela causa da ecologia, passou a ver um sentido novo para as coisas. “Comecei a discutir o universo, a criação, a formação da Terra, os elementos que compõem a vida. O processo evolutivo é tão sutil, tão delicado, que passei a pensar na existência de algo transcendental, acima da gente – algum arquiteto disso tudo”, lembra Pedro Ivo, que coordenou a Agenda 21 Brasil, no Ministério do Meio Ambiente, e é assessor parlamentar da senadora Marina Silva (PT-AC), ex-titular da Pasta. “Passei a ler sobre os cientistas e descobri que muitos viam na ciência um caminho para Deus.”
Pois o caminho de Pedro Ivo não parou por aí. Ele parecia tomar um rumo mais esotérico, com interesse no budismo. A militância política, porém, o chamava para algo que unisse a idéia de transcendência com uma espiritualidade mais concreta. Incentivado pelos cristãos do gabinete de Marina Silva, ele resolveu ler a Bíblia e a aprender sobre Jesus Cristo. “Vi a forma como ele se relacionava com as pessoas, a natureza, a transcendência, todo o exemplo dele me tocou muito. A beleza do universo só seria possível com alguém muito amoroso e compassivo com todos. Cheguei à conclusão de que Jesus estava nesse processo todo”, afirma. “Voltei a Deus de uma forma muito racional. Não houve nada fantástico, não fui curado de nada. Mas na busca da esperança, encontrei esse amor incondicional”.
Pela formação de esquerda – o que é “contraditório, mas não excludente”, diz –, Pedro Ivo ficou mais próximo ao protestantismo. Interessou-se pela Reforma de Lutero e pela forma democrática de ser dos evangélicos. “Há muito preconceito contra os crentes, muitas tentativas de colocá-los num padrão”, diz Pedro Ivo, que hoje congrega na Igreja Anglicana, em Brasília; “Meus amigos todos, comunistas, revolucionários, socialistas, não compreenderam minha nova posição. Acharam que eu estava perdendo o rumo, que abdicaria de minhas opções políticas e sociais, com as características do que sou”, revela. “Depois que a gente encontra fé, as coisas vão se revelando. Coisas muito bonitas, o Reino de Deus, a possibilidade de uma vida nova, a importância da oração”, conta. “Estou muito feliz, mais humano, mais filho de Deus”, resume, convicto.
Fé sob ataque
Propaganda ateísta assume ares de batalha cultural
Não são poucos os que esperam que o cristianismo saia de cena de vez. Qualquer discurso que, entre suas argumentações, tangencie uma justificativa cristã, é repelido com veemência em artigos e editoriais na grande mídia. Quando o então Procurador-Geral da República Cláudio Fonteles, católico praticante, provocou, há dois anos, o Supremo Tribunal Federal a se manifestar sobre a legalidade ou não do uso de células-tronco embrionárias para pesquisa científica – tendo como argumento o direito à vida dos embriões congelados –, os principais articulistas do país o criticaram asperamente pela ousadia de tirar sua religião do foro íntimo para o debate no espaço público, no âmbito do Estado. Praticamente uma heresia.
Ao que parece, os evangélicos, em especial, estão fadados a ficar confinados em uma espécie de córner de extrema direita, acuados e taxados de intolerantes e responsabilizados por guerras e preconceitos. A grande mídia norte-americana não teve pudor em bater duro no então recém-eleito presidente Barack Obama pelo simples fato de ele ter convidado o pastor Rick Warren – tido como conservador, ou, pecado maior, “fundamentalista” – para ser um dos religiosos a fazer a oração da posse, em janeiro. A crítica se baseava no fato de Warren simplesmente continuar pregando a salvação em Jesus e não concordar com casamento entre homossexuais.
O clima nas universidades, na mídia e na política é de uma autêntica batalha cultural. “Minha experiência mostra que as universidades ocidentais não se preocupam com conhecimento e aprendizado, mas com ideologia”, disse no ano passado o teológo Rikk Watts, no seminário Cristianismo: Benção ou maldição?, promovido em Brasília (DF) pelo Centro Cristão de Estudos. “Se vamos salvar essas universidades, nós, cristãos, teremos que aprender a falar a verdade e conhecer a nossa história”, observou Watts, que é professor do seminário do Regent College, no Canadá, além de PhD em teologia em Cambridge e especialista em filosofia, história da arte e sociologia. “O problema é que a maior parte dos cristãos não sabe explicar diferentemente do que pregam pessoas como o cientista britânico Richard Dawkins, para quem todos os males do mundo vêm do cristianismo”, declarou. “Mas eu cheguei à conclusão, e não sou só eu, que não há nada que tenha feito tão bem ao mundo quanto o cristianismo”, ousa dizer o teólogo, que deve voltar ao Brasil em agosto, para novas conferências.
Recuo paradoxal
Na Inglaterra, a batalha em torno da fé chegou ao complicado trânsito londrino. Propaganda ateísta toma algumas dezenas daqueles tradicionais ônibus vermelhos, de dois andares, com a frase “Provavelmente não há Deus; agora pare de se preocupar e curta a vida”. O que pouco se noticiou é que o grupo que paga a propaganda, ligado a Dawkins, um pregador do ateísmo, resolveu agir para responder à criativa forma de evangelização encontrada pelo grupo interdenominacional Lamb of God (Cordeiro de Deus). Os crentes seguem colocando versículos bíblicos na lateral de vários ônibus londrinos. “Quando vier o Filho do homem, encontrará, porventura, fé na Terra?”, pergunta um dos anúncios, com o texto do Evangelho de Lucas (18.8).
Em recente palestra proferida na milenar catedral de Saint Paul, em Londres, o arcebispo da Igreja Anglicana, Rowan Williams, defendeu a relevância cultural da fé cristã numa Europa pluralista e multiétnica. Ele refutava a tese de que o cristianismo não cabe em ambiente democrático. Para chegar lá, o arcebispo precisou refrescar a memória com 20 séculos de história, argumentando que a religião se disseminou como força civilizatória e democratizante. Do outro lado do Atlântico, debates intensos cercam o uso de símbolos cristãos em prédios públicos norte-americanos, tidos como desrespeitosos aos que não professam a fé cristã – ainda que nada menos três em cada quatro cidadãos do país se declarem adeptos da crença, entre protestantes, católicos e evangélicos.
A posição de recuo do cristianismo, continuamente sob ataque, guarda pelo menos um paradoxo. Tida como página virada, a fé cristã ainda é professada pela maioria da população ocidental. Apesar de sofrer grandes revezes e estar sendo banido do espaço público – sendo desconsiderado como voz legítima no meio acadêmico, na mídia e na política –, a verdade é que as pesquisas sobre religião demonstram o enorme poder de influência do cristianismo. Na secularizada Europa, o número de pessoas que buscam a religião tem aumentado. Em 2005, pesquisa do Eurobarometter Poll mostrou, para surpresa de muitos, que 52% dos europeus afirmaram crer em um Deus pessoal, à maneira cristã, e outros 27% disseram acreditar que uma força espiritual e sobrenatural governa o universo.
Estado laico
No Brasil, o tom anti-religioso da mídia e dos meios acadêmicos também não deixa dúvidas de que o cristianismo, por aqui, já não parece ter a mesma força política e cultural. A ONG Brasil para Todos, que combate manifestações religiosas no âmbito do Estado, pediu ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que se pronunciasse sobre o uso de crucifixos em tribunais de todo o país. O grupo, que agrega de ateus e agnósticos a adeptos de várias religiões minoritárias (inclusive protestantes), defende o caráter laico do Estado brasileiro, consagrado pela Constituição – a mesma cujo preâmbulo evoca o nome de Deus. Eles dizem não haver espaço nos tribunais para o uso de crucifixos ou qualquer menção à fé cristã, atualmente confessada por quase 90% da população do país.
O CNJ, surpreendentemente, preferiu não mexer no vespeiro e manteve a tradição do uso desses símbolos nos espaços judiciários. O jurista Ives Gandra Martins tem ressaltado, em resposta a quem combate a influência cristã – especialmente católica – no âmbito da Justiça, que o laicismo não deve ser confundido com ateísmo oficial. “Estado laico, que reconhece o fator religioso como componente constitutivo das sociedades humanas, não se confunde com Estado ateu, que rejeita toda manifestação religiosa”, afirma.
Fonte: Cristianismo Hoje / G+
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