Ainda repercute na imprensa do Equador a “guerra” entre evangélicos e católicos desde os primeiros incidentes durante a Páscoa. Um grupo de manifestantes da Igreja Evangélica Oh Altíssimo, liderada pelo “apóstolo” Eduardo Mora Leon, começou a repreender os católicos que faziam uma procissão tradicional no início deste mês.
Segundo a imprensa, os evangélicos entraram na igreja católica San Francisco gritando frases como “Não à idolatria”, “a Igreja Católica não segue a Cristo de verdade”. Também faziam sinais insinuando que Deus desaprova as imagens de adoração. Um dos cartazes trazia um “x” sobre a imagem do Papa Francisco.
Quando tentaram entrar no templo católico, as portas foram imediatamente fechadas. Logo em seguida chegaram os membros da Polícia Nacional para formar um cordão de isolamento entre o grupo evangélico e a porta da Igreja de San Francisco. Somente assim, os fieis que estavam na missão puderam sair. Quando alguns evangélicos tentaram entrar na igreja começou uma briga que envolveu católicos, evangélicos e policiais.
O apóstolo Eduardo Mora Leon, que foi responsabilizado pelo incidente, declarou: “A Igreja Católica apresenta esse boneco, que não é Deus. Esse boneco só leva à idolatria”. Em frente ao público, Mora arrancou uma imagem de Cristo que estava preso a uma cruz de madeira.
Priscilla Chacón, que estava na igreja de San Francisco para a missa, desaprovou o protesto. ”Eles vieram aqui para perturbar, não sabem respeitar, e ainda queriam invadir a igreja”, disse ele.
Com a grande repercussão do caso, o secretário da Federação Equatoriana de Ministros Evangélicos (FEME), José Miguel Carabajo, pediu desculpas aos fiéis do Equador pelos atos de intolerância religiosa que ocorreram tanto no final de março quanto no início de abril. ”Lamentamos e pedimos desculpas publicamente para a população, de repente alguém pode achar que todos (os evangélicos) pensam e agem da mesma maneira, mas na verdade não é assim. A Bíblia diz que os ministros de Deus devem ensinar coisas boas e não isso (violência)”.
“É lamentável que um pastor faça o que ele fez, enfrentando outros fieis. Doutrinariamente, quando analisamos as Escrituras, vemos que Deus é contra a idolatria, mas não diz que se deve gerar violência contra os idólatras”, disse Carabajo. O pastor Joe Bacuy, presidente FEME, explicou que Mora não é membro da sua organização e que esse tipo de atitude viola os princípios constitucionais do país, que garantem a liberdade de culto.
O apóstolo Mora respondeu que suas ações visam conscientizar as pessoas a não caírem na idolatria e que não cometeu nenhum crime. Com informações Protestante Digital.
Fonte: Gospel prime
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