A 9º Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que o jornalista Arnaldo Jabor não ofendeu a Igreja Universal quando se manifestou sobre a apreensão de 7 malas cheias de dinheiro que estavam sendo carregadas pelo bispo e deputado João Batista Ramos Silva em julho de 2005.
Para o desembargador Grava Brazil, relator do caso, a liberdade de opinião deve estar acima de qualquer interesse, políticos ou religiosos, e que a crítica feita pelo jornalista “materializa a pluralidade de pensamentos” do Estado Democrático de Direito.
A decisão é a mesma feita pela juíza Daise Fajardo Nogueira Jacot, da 15ª Vara Cível do Fórum João Mendes, da cidade de São Paulo. Na primeira instância do processo ela julgou como negado o pedido de danos morais, por entender que Jabor exerceu seu direito de crítica, que “é essencial à atividade jornalística”.
O jornalista foi processado por fazer a seguinte crítica em seu programa na CBN quando o bispo e outros dois pastores que estavam com ele foram detidos para justificar a origem dos R$ 10 milhões que estavam nas malas:
“Irmãos, irmãos. Não vos deixeis confundir pelos inimigos da Igreja Universal do Reino de Deus. Estão querendo manchar o nome de nosso bondoso bispo deputado João Batista Ramos só porque ele transportava 10 milhões em dinheiro vivo, em sete malas… para o bem dos bispos para que a igreja possa abrir ricas sedes em Nova York, em Lisboa. Esse dinheiro sagrado serve para financiar televisões, palácios de mármore, como em Salvador, para exterminar com os exus da religião dos negros baianos. Esse dinheiro sagrado serve também para financiar as campanhas de nossos deputados no Congresso.”
A Igreja Universal ainda pode recorrer dessa decisão.
Fonte: Gospel Prime / Paulopes
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