Ateus e anarquistas espanhóis anunciaram a sua intenção de realizar uma manifestação dia 5 de abril, nas ruas ao redor da praça Lavapiés, em Madri. A passeata será na quinta-feira Santa, e terá como lema “Nenhum privilégio para as igrejas. Dos meus impostos, zero para as igrejas”.
O evento é organizado pela Associação de Ateus e Livres Pensadores de Madri (Amal) e tem o apoio dos grupos anarquistas Voilá, Albatros e a Associação ’Bule de Russell’.
Esses grupos já realizaram uma manifestação semelhante em 13 de maio de 2011, uma data muito importante para os católicos europeus, pois é o dia da Virgem de Fátima. O evento foi descrito como “uma marcha repleta de zombarias e gritos injuriosos contra os fiéis”.
Ano passado, em apenas dez dias, mais de 100.000 cidadãos assinaram um manifesto pela defesa da liberdade religiosa, como resposta à ‘procissão ateia’.
Este ano, os organizadores pediram autorização à Delegação do Governo em Madri, e afirmam que sua intenção “não é atacar as crenças de ninguém”, pois seu adversário é a hierarquia eclesiástica, “que tira proveito disso e utiliza as crenças como uma ferramenta de opressão e de imposição.”
E acrescentam “a razão para fazermos isso no dia chamado Quinta-feira Santa é porque nos parece mais apropriado para dizer ‘Chega de privilégios para o clero”. Os ateus e anarquistas criticam as tradicionais celebrações da Semana Santa, afirmando que “o gasto público com esses atos religiosos é difícil de calcular, mas é sempre excessivo, em especial nessa época de crise, quando nosso o governo está cortando verba de serviços sociais essenciais”.
Os católicos espanhóis estão inconformados, pois acreditam que isso é um falso argumento para “tomarem as ruas com suas manifestações incendiárias de ódio religioso”. Representantes da Igreja afirmam que os gastos com as celebrações da Semana Santa são cobertos pelas próprias paróquias e o governo não tem participação.
A Páscoa sempre é feriado em países de maioria cristã, mas o secularismo ateísta europeu tão presenta na França e na Inglaterra dá sinais que está crescendo e se enraizando em outros países. Na Itália, por exemplo, o governo acena com o fim dos incentivos fiscais a empresas de propriedade do Vaticano.
Fonte: gospel prime
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